André Braz, economista da FGV, diz que os preços subiram graças à política de preços da Petrobras
Sophia Bernardes
André Braz, economista da FGV, diz que os preços subiram graças à política de preços da Petrobras

Que a gasolina está cara, todo mundo sabe, basta ir ao posto de combustível mais próximo para notar o aumento na bomba. A disputa está em qual o culpado por essa escalada de preços. O presidente Jair Bolsonaro tenta jogar no colo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos governadores, mas será que ele está certo?

André Braz, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), diz que não é a hora de falar em tributo estadual.

"Não houve alteração da carga tributária, todo mundo sabe. O que mudou foi o preço do barril do petróleo, e houve desvalorização do real frente ao dólar. Isso força a Petrobras a mexer no preço dos combustíveis. Culpar imposto agora? Não é a hora, porque não mudou muito", explica.

O economista também aponta para a má condução da política cambial, que fez com que o real se desvalorizasse mais do que outras moedas emergentes.

"Nossa economia já estava fragilizada pela dívida pública, o que sustentou a desvalorização cambial e acabou encarecendo o acesso ao combustível mais do que em outros países".

O governador de São Paulo, por exemplo, diz que não houve alteração do ICMS no estado, e culpa a "incompetência do Governo Federal em administrar a economia". O tucano alega que esta é uma tentativa do presidente de colocar a população contra os Governadores com narrativas mentirosas.



Chegou a R$ 7, qual o limite?

Braz diz que é "bem provável" que o combustível fique ainda mais caro. O cenário inflacionário não apresenta melhoras, e os juros ainda estão bem abaixo da expectativa do mercado. Mas o economista alerta que essa é uma tendência global.

"O combustível não está caro só aqui não, mas no mundo inteiro! Não adianta criar artifícios para conter os preços, porque isso desestimula o próprio setor. O congelamento cria prejuízos para o investidor que podem provocar novos aumentos no futuro", diz.

Veja: 


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