Compra de vacinas por empresários é defendida por apoiadores de Bolsonaro e questionada por médicos e especialistas em saúde
Reprodução: iG Minas Gerais
Compra de vacinas por empresários é defendida por apoiadores de Bolsonaro e questionada por médicos e especialistas em saúde

O ministro da Economia, Paulo Guedes , disse nesta quinta-feira (25) que empresas que doarem vacinas contra a Covid-19 para o Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ganhar “isenção” do governo.

Uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no início deste mês autoriza compra de vacinas por empresas privadas e estabelece que enquanto durar a vacinação dos grupos prioritários, as doses compradas pela iniciativa privada deverão ser integralmente doadas ao SUS.

"Os próximos 30, 60 dias, é a vacinação em massa. Buscar vacina onde tiver. Vacinar com o setor privado, vacinar com o setor público. Se o setor privado der vacinas para a gente imunizar as prioridades, os mais vulneráveis, os idosos, podemos dar isenção para as doações", disse o ministro, durante audiência pública no Senado.

Guedes não esclarecer como a isenção pode ser feita, mas garantiu que não haveria benefício para vacinas não doadas ao SUS.

"Não pode dar uma isenção para alguém rico ir lá fora, comprar vacina e vacinar sua família. Agora, todas as doações que acontecerem, podem haver isenções. Se os bilionários brasileiros, fundos, todo mundo quiser ajudar, pode ter isenção para comprar vacina e doar para o povo brasileiro", disse.

Guedes recebe nesta quinta-feira os empresários Luciano Hang (Havan) e Carlos Wizard (Sforza) para discutir a aquisição de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado. Os empresários encabeçam um grupo que deseja alterar a lei para permitir que o setor privado não seja obrigado a doar as vacinas ao SUS.

Durante a audiência no Senado, Guedes reforçou a necessidade de doar para o SUS.

"Nós estamos 100% de acordo: usar a iniciativa privada, fazer as doações para o SUS, e realmente vacinar o trabalhador, porque o retorno seguro ao trabalho depende da vacinação em massa. E nossos empresários têm capacidade de ir lá fora e comprar sobras de vacinas", disse o ministro.

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