Segundo eles, estado de calamidade ainda continua
Ana Carol Soares
Segundo eles, estado de calamidade ainda continua

Dezesseis governadores assinam uma carta enviada ao Congresso Nacional , nesta quarta-feira (24) pedindo que o valor do auxílio emergêncial seja mantido em R$ 600 , em vez de diminuir para R$ 150, R$ 250 e R$ 375, conforme proposta do governo federal.

"Exatamente há um ano, no início da pandemia, os Governadores manifestaram-se favoráveis à implantação de uma renda básica no País. Hoje, mais do que nunca, é comprovada a sua necessidade, urgência e o impacto que se pode alcançar. Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso de 2020", afirmam.

"Agir contra esse cenário requer medidas sanitárias e garantia de uma renda emergencial. Somente com essas medidas seremos capazes de evitar o avanço da morte. Por isso, entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável".

No documento, os políticos apoiam a iniciativa da Campanha Renda Básica que Queremos, de forma atrelada ao distanciamento social. O texto considera as medidas de combate à pandemia como "essenciais para serem adotadas neste momento de intenso aumento de casos e mortes decorrentes da Covid-19", destacando a aproximação do número de 300 mil vidas perdidas, que ainda não havia sido registrado quando a carta foi redigida.

"Diariamente, vemos recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. O calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentos do que as respostas que precisamos para reverter esse quadro", dizem os 16 governadores.

"Não obstante o exposto acima, os signatários desta carta entendem a importância de o País não se desviar de seu compromisso com a responsabilidade fiscal. É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário. Logo à frente precisaremos voltar a uma trajetória de ajustamento fiscal que compatibilize os necessários programas sociais com um financiamento responsável dos mesmos", concluem.

Assinaram a carta os governadores de Alagoas (Renan Filho), Amapá (Waldez Góes), Bahia (Rui Costa), Ceará (Camilo Santana), Espírito Santo (Renato Casagrande), Maranhão (Flávio Dino), Mato Grosso do Sul (Reinaldo Azambuja), Pará (Helder Barbalho), Paraíba (João Azevêdo), Paraná (Ratinho Junior), Pernambuco (Paulo Câmara), Piauí (Wellington Dias), Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra), Rio Grande do Sul (Eduardo Leite), São Paulo (João Doria) e Sergipe (Belivaldo Chagas).

300 mil mortes pela Covid-19 no Brasil

Alguns deles se manifestaram sobre a carta nas redes sociais e reforçaram a necessidade de não haver redução da quantia paga em caráter emergencial em meio à gravidade da situação. Confira:

"O Brasil tem enfrentado o seu pior momento da pandemia. São recordes diários de casos e mortes. Frear essas curvas crescentes tem exigido medidas restritivas, impactando diretamente a economia e a vida de milhares de famílias. Por isso, assinei uma carta, juntamente com outros 15 governadores, solicitando ao Congresso Nacional urgência na apreciação e votação de um auxílio emergencial de R$ 600,00, semelhante ao que foi pago no ano passado, também por conta da crise sanitária", explicou Paulo Câmara.

"Assinei a carta, porque é importante um auxílio que melhor apoie o distanciamento social. Mas ressalto que é fundamental mitigar seus custos com reformas que promovam a redução da despesa pública. O Brasil não pode se desviar do seu compromisso com a responsabilidade fiscal", justificou Eduardo Leite.

"A redução do valor do Auxílio Emergencial no momento mais difícil da pandemia é inadequada e injusta com os brasileiros. É essa mensagem que está na Carta dos Governadores aos Presidentes da Câmara, @ArthurLira_ e do Senado, @rpsenador que assinei nesta tarde", disse Waldez Góes.

"Dia movimentado. Assinei juntamente com outros governadores carta aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados pedindo apoio para que o auxílio emergencial seja mantido em R$ 600 e concedido sob os mesmos critérios. A pandemia agravou a crise socioeconômica no país", afirmou Rui Costa.

Outros se pronunciaram ressaltando a marca de 300 mil mortes pela Covid-19 no país.

"Apenas depois de 1 ano, foi criado um Comitê contra a Covid-19. Hoje passamos de 300 mil brasileiros que perderam a batalha. A luta continua e deve sobrepor questões partidárias. Esperamos que a vida humana seja tratada como prioridade nesse momento tão grave da pandemia", escreveu Wellington Dias.

"Hoje, 300 mil mortes por Covid-19. Não é apenas um número. É o tamanho da nossa tristeza e da tragédia do Brasil. Nosso coração está com todas as famílias que sofrem a dor imensa de perdas irreparáveis", postou João Doria.

"Mais de 300 mil vidas perdidas para a Covid no Brasil. Uma tragédia sem precedentes, diante da brutal insensatez daqueles que sempre negaram a ciência, ignoraram a dor das famílias, e fizeram da tragédia um palco de intrigas, mentiras e perseguições. O Brasil inteiro está de luto", registrou Camilo Santana.

"300 mil mortes por causa do coronavírus. Minha solidariedade profunda com todas as famílias e amigos das vítimas. Sigo na luta para defender a população do Maranhão e para tentar ajudar o Brasil a sair dessa página de tristeza e escuridão. Tenhamos fé e esperança", afirmou Flávio Dino.

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