O preço da batata subiu 66%, enquanto a cebola apresentou alta de 43,3%
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O preço da batata subiu 66%, enquanto a cebola apresentou alta de 43,3%

A despeito de a inflação ter perdido fôlego em janeiro, a alta no preço dos alimentos não dá trégua. Alimentação e bebidas subiram em média 1,02% em janeiro, uma variação abaixo da registrada em dezembro, mas ainda assim o grupo teve o maior peso na inflação do mês.

E, em alguns itens, a alta acelerou. Foi o caso da batata , que saiu de uma variação de 7,29% em dezembro para 10,84% agora. Cebola e tomate , cujos preços caíram no fim do ano, tiveram forte alta em janeiro.

Em 12 meses, a cebola subiu 43,3%, enquanto a batata inglesa ficou 67% mais cara e o tomate, 40,90%. São itens que pesam no bolso do consumidor, sobretudo de baixa renda, e aumentam a sensação de inflação, já que fazem parte das compras recorrentes de todas as famílias.

A pressão dos alimentos ocorre justamente num momento de queda na renda do brasileiro, com o fim do pagamento do auxílio emergencial . Em janeiro, as vendas dos supermercados já sentiram impacto do término do benefício pago pelo governo.

Por outro lado, alguns alimentos registram forte queda nos últimos 12 meses. É o caso do leite longa vida, com recuo de 25,69% no preço, e do óleo de soja, com menos 96,20%.

Em janeiro, as carnes , que vinham subindo ao longo de 2020, recuaram 0,08%. Na avaliação do gerente da pesquisa de preços do IBGE , Pedro Kislanov, isso pode ser reflexo do fim do pagamento do auxílio emergencial, ou seja, os mais pobres estariam reduzindo o consumo de carne, um item mais caro entre os alimentos.

"O auxílio emergencial ajudou a sustentar uma alta dos produtos alimentícios ao longo do ano passado. Essa deflação das carnes em janeiro pode ter relação com o benefício, mas podem ter outras influências do próprio mercado como o que a gente precisa aguardar para analisar melhor", afirma Kislanov.

Além dos alimentos, outros itens com forte peso no orçamento das famílias mais pobres tiveram alta em janeiro. É o caso do gás de botijão , que subiu 3,19%, a oitava alta mensal seguida. Em 12 meses, o gás de botijão já subiu 11,75%.

As tarifas de ônibus urbano também subiram, como costuma ocorrer nos primeiros meses após novos mandatos nas prefeituras. Em média, a alta foi de 0,04%, refletindo reajustes de 2,44% em Campo Grande e 2,61% em Vitória , além de aumentos em tarifas intermunicipais em várias regiões metropolitanas.

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