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Carolina Antunes/PR
Desvalorização no real no câmbio do dólar e problemas fiscais também motivam a queda brasileira no ranking

A crise da pandemia de Covid-19 pode fazer o  Brasil sair do ranking das dez maiores economias do mundo este ano, sendo ultrapassado por Canadá, Coreia do Sul e Rússia. A previsão é da pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Os pesquisadores Marcel Balassiano e Claudio Considera chegaram à conclusão a partir de projeções feitas em outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os economistas apontam que, considerando o dólar, a economia brasileira passaria da nona maior do mundo ano passado para a 12ª maior neste ano.

Nas projeções do FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passaria de US$ 1,8 trilhão no ano passado para US$ 1,4 trilhão até o fim deste ano – o que levaria a economia brasileira a ser ultrapassada no 'top 10' das maiores economias do mundo pelos canadenses, sul-coreanos e russos.

Além do baque mundial na economia por conta do novo coronavírus (Sars-Cov-2), no Brasil os efeitos da Covid-19 se somam ao mau desempenho do real, que foi uma das moedas que mais se desvalorizaram em 2020. Do início do ano até o fim de outubro, o câmbio se desvalorizou 40% em relação ao patamar do dólar do fim de 2019.

Crises anteriores

Os pesquisadores lembram que, em 2011, o Brasil era a sétima maior economia do mundo, posição que ocupou até 2014. Na recessão de 2015 e 2016, o Brasil perdeu duas posições nesse ranking, passando para o oitavo lugar em 2017. De 2018 até hoje, o Brasil caiu para o nono lugar.

Dólar e problemas fiscais

De acordo com Balassiano, o dólar e os problemas fiscais que do país geram essa queda. "Isso deve acontecer, quando se considera o dólar corrente, muito mais pela forte desvalorização do real frente ao dólar do que pela queda da atividade econômica. Tanto que pela via do dólar por poder de compra, a mudança não é tão brusca", afirmou Balassiano o portal Terra.

O pesquisador aponta que o FMI projeta queda de 5,8% no PIB brasileiro este ano. Ele diz que essa retração poderia ser maior se medidas como o auxílio emergencial  não tivessem sido criadas. "A queda do ranking das maiores economias, portanto, reflete os riscos locais do Brasil."

Nas projeções do FMI, o País voltaria para a oitava posição este ano. Analisando o  dólar em paridade por poder de compra (PPC), o Brasil ocupava a sétima posição no começo da década e assim ficou, até 2016, até chegar ao décimo lugar em 2019.

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