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Copom diz que redução dos auxílios atrasará retomada da economia
REUTERS/Ueslei Marcelino
Copom diz que redução dos auxílios atrasará retomada da economia


Nessa terça-feira (22), foi divulgado a ata com a última decisão do Comitê de Política Monetária ( Copom ) sobre a retomada da economia, e o Banco Central (BC) afirmou que a redução repentina e desorganizada do  auxílio emergencial atrasará a retomada da economia.


Indicadores recentes mostram uma recuperação parcial da atividade econômica e que os setores mais afetados pelo distanciamento social continuam deprimidos, segundo ponderou o Copom. O comitê reforçou sua preocupação com o fim do auxílio emergencial.

O texto da ata diz “uma possível redução abrupta e não organizada dos estímulos governamentais pode atrasar a recuperação da demanda por bens e o processo de recomposição de estoques. Ao mesmo tempo, a própria evolução da pandemia da Covid-19 pode atuar como um limitante para o pleno funcionamento do setor de serviços".

“A recomposição da renda e os demais programas do governo vêm permitindo que a economia brasileira se recupere relativamente mais rápido que a dos demais países emergentes”, afirmou o comitê.

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Inflação

Nesta semana, o colegiado voltou a falar sobre a inflação, segundo consta na ata da reunião. Segundo o BC, a alta dos preços em alimentos e a normalização dos preços em serviços contribuem para esse efeito. Nessa terça, o Copom decidiu em manter a Selic a 2% ao ano, como instrumento de controle da inflação, mesma decisão da reunião de quarta-feira (16) passada.

“A inflação ao consumidor deve se elevar no curto prazo. Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade”, destacou o BC.

O BC também ressaltou que haverá variações em preços administrativos, recuo nas tarifas de planos de saúde em setembro e baixa no preço da gasolina a partir de outubro, e que essas projeções contribuiriam para a queda da inflação. Ainda segundo o órgão, os efeitos da pandemia são diferentes para cada setor da economia e que o setor de serviços terá baixa atividade.

"O comitê concluiu que a natureza da crise provavelmente implica que pressões desinflacionarias provenientes da redução de demanda podem ter duração maior do que em recessões anteriores".

Em reunião de agosto, o BC tinha sinalizado que, se houvesse espaço para utilização de política monetária, faria isso, mas de forma gradual. Sendo assim, o órgão indicou que a taxa continuará a mesma, mas deixou espaço para ajustes, que seriam feitos de forma intercalada e de 0,25 pontos.

O Copom também adotou o “ foward guidance ”, ou prescrição monetária, para complementar a política monetária como forma de tentar diminuir a especulação em torno da Selic e aumentar o estímulo à economia.

“Para adequar a prescrição futura ao dinamismo dos limites impostos por questões prudenciais, o Comitê ponderou que ele deveria ter uma intenção de política assimétrica, em que, satisfeitas as condições necessárias, o Copom não elevaria a taxa de juros , mas poderia reduzi-la”, diz a ata.

“O Copom avaliou que as condições para a manutenção do forward guidance seguem satisfeitas. O Comitê considera que as expectativas de inflação assim como as projeções de inflação de seu cenário básico encontram-se significativamente abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas”.

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