Waldery Rodrigues, secretário que teve desentendimento com Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 14.5.19
Waldery Rodrigues, secretário que teve desentendimento com Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, aguarda o pedido de demissão do secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, após desgaste público entre ele e o presidente Jair Bolsonaro . A informação é da Folha de S.Paulo . Waldery sugeriu o congelamento das aposentadorias por dois anos para financiar o Renda Brasil , mas Bolsonaro passou por cima dele e rejeitou a possibilidade, pondo fim, inclusive, ao debate sobre a criação do novo programa de transferência de renda, que substituiria o Bolsa Família.

Em entrevista ao G1 no domingo, o secretário do Ministério da Economia sugeriu que o governo  congelasse as aposentadorias de todos os brasileiros por dois anos e promovesse  cortes em auxílios para idosos e deficientes carentes , tudo isso para financiar o Renda Brasil  sem aumentar os gastos do governo, e Bolsonaro reagiu após forte repercussão negativa. O presidente disse que "Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final".

Segundo Bolsonaro, a proposta seria "um devaneio de alguém que está desconectado com a realidade", cutucando Waldery Rodrigues , quem fez a sugestão. Ele complementou ainda repetindo que "jamais tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos".

De acordo com a Folha , Guedes já fala nos bastidores sobre o pedido de demissão do secretário para evitar um desgaste público ainda maior sobre seu ministério. Ele ainda não sabe se demitiria Waldery caso o pedido de demissão não aconteça, mas diz que busca "o melhor para o Brasil".

"Quem por ventura vier propor a mim uma medida como essa eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa", disse Bolsonaro sobre a possibilidade de congelamento das aposentadorias, que surgiu como uma forma de o governo reduzir custos para conseguir respeitar o teto de gastos e deixar sua marca, que seria o Renda Brasil, idealizado como o "novo Bolsa Família".

Bolsonaro garante, no momento, que a proposta não será mais tratada até o fim de seu mandato, em 2022, já que elevar os gastos do governo não é visto como uma possibilidade viável. Com o Renda Brasil deixado de lado e consequentemente a ideia de congelar as aposentadorias, a saída de Waldery do governo seria simplesmente uma forma de colocar panos quentes sobre a polêmica entre a Economia e o Planalto.

Apesar do incômodo com a proposta do secretário e a ameaça de "cartão vermelho", Bolsonaro não teria exigido a demissão de Waldery, mas o histórico de polêmicas entre subordinados de Guedes e o presidente estariam preocupando o ministro.

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