Ministro Paulo Guedes
José Cruz/Agência Brasil
Ministro Paulo Guedes


O ministro da Economia , Paulo Guedes , manifestou confiança na aprovação da reforma tributária em 2020 e disse que o ambiente no Congresso está mais tranquilo para tal. Segundo ele, a proposta do governo será enviada em fatias a uma comissão mista do Congresso Nacional para evitar um “confronto de PECs ” (Propostas de Emendas Constitucionais).

Como exemplo, o ministro citou a proposta de um “ IVA dual ” apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). "Em vez de parecer um confronto de PECs, vamos mandar nossas propostas (tributárias) para irem se encaixando nas PECs existentes", afirmou Guedes a jornalistas, depois de um dia de reuniões no Fórum Econômico Mundial.

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O IVA dual cria um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de âmbito federal, que uniria PIS, Cofins e IOF, e outro para Estados e municípios, juntando ICMS e ISS. Para o ministro, há um ambiente político melhor para a tramitação das reformas do que no início de 2019, quando o governo encaminhou ao Congresso sua proposta de reforma da Previdência .

Reuniões bilaterais de Guedes

No primeiro dia de reuniões em Davos, Guedes teve uma agenda intensa de reuniões bilaterais. Ele esteve com executivos do banco suíço UBS, da siderúrgica indiana Arcelor Mittal, da Visa, da petroleira Chevron e do fundo de pensão canadense CPPIB.

"Vim para Davos dar uma atualização do que está acontecendo no Brasil. Quando chegamos em 2019, havia dúvidas sobre o sistema político brasileiro. Eu disse aqui que acreditava na dinâmica de uma grande sociedade aberta. O Brasil é uma democracia madura e estável", afirmou.

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De acordo com o relato do ministro , houve elogios e uma renovação das apostas dos investidores no Brasil. "Todos acreditam que o Brasil vai na contramão do mundo. O mundo desacelera, o Brasil está acelerando o crescimento", disse.

Ele mencionou, por exemplo, que o investimento direito estrangeiro subiu 25% no ano passado e o Brasil tornou-se o quarto maior destino global de capital produtivo vindo de outros países. Se o m egaleilão do pré-sal tivesse leiloado todos os quatro blocos ofertados, segundo Guedes, o país teria ido para a terceira posição.

O ministro lamentou que os brasileiros “só ficam metendo o pau” no governo, mas argumentou que o governo está "fazendo coisas interessantes”. “Tirando EUA e China , o Brasil é hoje a maior fronteira de investimentos do mundo", disse Guedes.

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Guedes esclareceu ainda que, apesar do prazo bastante limitado, o governo ainda está lutando para repetir neste ano o leilão dos dois blocos da cessão onerosa – Sépia e Atapu – que não receberam propostas em novembro. Ele argumentou que petroleiras que desejavam participar trocaram o Brasil pela Guiana. Entre os motivos, porque lá predomina o modelo de concessão e as empresas preferem esse tipo de contratação ao regime de partilha.

Entre os temas mais comentados pelos investidores nas reuniões com Guedes , segundo o ministro, estiveram a reforma tributária e o “choque de energia barata” anunciado no ano passado.

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