Inflação da Venezuela supera os 2,6 milhões por cento em 12 meses, segundo o Parlamento
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Inflação da Venezuela supera os 2,6 milhões por cento em 12 meses, segundo o Parlamento

A inflação da Venezuela no acumulado de 12 meses que leva em conta o período até janeiro deste ano é de 2.688.000% (2,688 milhões por cento), de acordo com dados divulgados pela Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição ao presidente Nicolás Maduro. O Banco Central venezuelano não divulga os dados oficiais.

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Em recessão há cinco anos, o país vive grave crise econômica, política e social. A legitimidade do presidente é questionada pela oposição, que controla a Assembleia Nacional, e tem Juan Guaidó como principal nome. A inflação da Venezuela fez com que, em janeiro, o preço dos alimentos subisse cerca de 266%.

O economista e deputado da oposição a Maduro, Ángel Alvarado, afirma que o resultado da inflação de janeiro se deveu à "depreciação do câmbio paralelo". Um dos principais aumentos se deu no transporte público, que, segundo a Assembleia Nacional, subiu 451% em janeiro.

Maduro iniciou, também em janeiro, sob contestação nacional e internacional e alegações de falta de legitimidade, seu segundo mandato como presidente da República Bolivariana da Venezuela. Em uma de suas primeiras medidas, anunciou o aumento de 300% do salário mínimo local , que passou de 4,5 mil para 18 mil bolívares, o que é equivalente a um salto de cerca de R$ 19 para um valor em torno de R$ 77.

O presidente atribui a grave crise à "guerra econômica" que envolve os Estados Unidos e diz acreditar que há empresas interessadas no petróleo local, além de uma "campanha midiática para justificar um golpe de estado na Venezuela", que seria, segundo ele, apoiada, organizada e financiada pelo governo de Donald Trump. Maduro cita ainda o uso de fake news e montagens com intuito de prejudicar seu governo, sobretudo por meio da imprensa americana.

Em contrapartida, a oposição e grande parte da comunidade internacional defendem que Maduro se usurpou do poder, é um ditador, e o grande responsável pela crise do País. Economistas defendem que as distorções se devem ao modelo de controle estatal. Em meio a crise, Juan Guaidó , principal líder oposicionista,  se autoproclamou presidente da Venezuela , e tem apoio de muitos países, inclusive os Estados Unidos e o Brasil.

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No início de 2018, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que a inflação da Venezuela superaria 1.000.000% naquele ano e poderia passar de 10.000.000% em 2019.

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