Pechincha garantiu à consumidora Marly Ribeiro um desconto de R$ 2,5 mil na compra de um sofá; aprenda a pechinchar
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Pechincha garantiu à consumidora Marly Ribeiro um desconto de R$ 2,5 mil na compra de um sofá; aprenda a pechinchar

Qual foi o maior desconto , em valor, que você já conseguiu? R$ 10, R$ 20? Nada? Se eu te contar que uma consumidora conseguiu a 'façanha' de baixar em R$ 3 mil reais o valor de uma compra por meio da pechincha, você acreditaria?

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Apesar do 'grande feito', Magda Pedrosa diz que não é tão boa na pechincha quando comparada a uma de suas irmãs. No dia 2 de agosto deste ano, a consumidora acordou cedo, às oito da manhã, e logo já estava na loja de móveis localizada na Av. Imirim, zona Norte de São Paulo. Naquele dia, ela queria comprar sofá, poltrona, espelho, rack para TV, cama box e uma mesa com quatro cadeiras avaliados em, aproximadamente, R$ 10 mil. Achou muita coisa?

Bom, a consumidora conta que é justamente essa uma das estratégias para conseguir um bom desconto. “Quando você vai comprar bastante coisa e pode pagar à vista, os comerciantes crescem os olhos”, pontua. Magda relata que durante a negociação , a vendedora tentou ‘empurrar’ outros itens além do desejado e o parcelamento sem juros da compra, mas ela resistiu: “o que eu quero é o desconto e não, mais coisas”, pensou.

Outro segredinho da "rainha da pechincha": ela não aceitou pagar pelo "pacote" de primeira. Assim, a pedidos, a vendedora anotou o valor personalizado para que ela pudesse negociar com outras lojas. No mesmo dia, as irmãs foram até outros estabelecimentos da região, mas Magda gostou mais dos móveis da primeira loja. Por isso, quatro horas depois de 'bater pernas' pelo comércio da região, acabou voltou ao primeiro estabelecimento e garantiu a compra no valor total de R$ 7 mil reais.

Durante a negociação, Magda também enfatizou que somente foi à loja por recomendação de sua irmã, Marly Ribeiro, que já era cliente e, no mesmo estabelecimento, já havia conseguido um desconto na compra de um sofá, avaliado em R$ 6 mil, mas que acabou saindo por R$ 3,6 mil (e ainda ganhou uma manta!).

E não é somente com móveis ou compras grandes que a mineira negocia, ela também costuma negociar em lojas de roupas e produtos mais duráveis. Mas, adverte: é mais fácil conseguir um desconto em lojas populares, como as localizadas na Rua Doze de Outubro, no bairro da Lapa, do que em locais mais "requintados". Por fim, destaca que sempre busca comprar em dinheiro.

Pode adotar as dicas de Magda. Afinal, para o educador financeiro e presidente da Ótris Franquias, Caio Katayama, a estratégia adotada pela consumidora de São Paulo é, de fato, eficiente, dando mais recursos para os compradores conseguirem melhores descontos, visto que são com esses clientes que o vendedor consegue grandes comissionamentos e a empresa, o lucro.

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Antes da negociação

Ah! Não se esqueça nunca de fazer pesquisa. De acordo com Katayama, essa é uma prática essencial para fazer uma boa negociação. Ele avalia que a compra deve ser planejada, uma vez que, ao chegar às lojas sabendo quais os preços praticados pelo mercado, o consumidor tem maior poder de negociação, por justamente entender com quais margens de preço estará lidando.

Essa também é a primeira estratégia adotada pelo consumidor Rodrigo Castro, que pesquisa somente aquilo que está precisando comprar no momento. “Como a minha família sempre deu muito valor ao dinheiro, eu tento não comprar por impulso, uma vez que, além de ir contra o que eu aprendi em casa, nunca será um bom negócio”, relata.

Após isso, Castro pergunta a algum conhecido se já comprou na loja de interesse e, por fim vai até o estabelecimento, onde questiona se existe a possibilidade de desconto para pagamento à vista. Bom, e caso as coisas não saiam de acordo com o planejado, e o vendedor se mostra desinteressado à negociação, o consumidor diz que a solução é simples, ir embora.

O educador financeiro compartilha dessa opinião. “O valor do produto que o lojista ou que a empresa está oferecendo sempre é definido por políticas e condições. É preciso lembrar que os custos de venda e margem de lucro já foram previamente calculados, e existe um limite para a negociação, que deve deixar os dois lados satisfeitos”, diz.

Assim como Magda, Castro relata que são as compras à vista que lhe rendem os melhores descontos. Ele lembra da vez que um computador, por exemplo, saiu R$ 300 mais barato somente porque pagaria deste modo. Além disso, o consumidor adota a estratégia de mostrar os preços da concorrência, o que já lhe rendeu um desconto de 15% em um sofá.

E-commerce

O e-commerce tem ganhado destaque no comércio do País. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), cerca de 40% dos consumidores brasileiros devem comprar pela internet neste Natal, enquanto 37% das pessoas irão para os estabelecimentos físicos. Mas será que vale a pena ‘abrir mão’ do conforto de casa para tentar uma negociação pessoalmente?

Para a consumidora Marly Ribeiro – irmã de Magda, lembra dela? –, além de não ser possível negociar preços melhores pela internet, a compra online possibilita a entrega de algo que ela pode não gostar ao chegar em casa. Assim, ela prefere 'abrir mão' do conforto. “Sim, os preços dos sites das lojas são melhores, mas pode vir um material que eu não gosto. Como cliente, eu prefiro ver e tocar o produto para saber a qualidade, se o tecido me agrada etc”, elucida.

O educador financeiro explica que os preços dos e-commerces são abaixo dos estabelecimentos físicos por conta da operação, que é mais enxuta, visto que, nessa modalidade, a figura do vendedor, por exemplo, já não existe. A questão do conforto, aos olhos de Caio Katayama, é opcional, mas ele reafirma que, se o consumidor prefere ir ao estabelecimento tentar uma negociação, é possível conseguir uma boa condição de pagamento, sobretudo se ele quiser adquirir mais de um produto no mesmo lugar.

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É feio pedir desconto?

Uns tem vergonha de pedir desconto, outros já não medem esforços para conseguir pagar mesmo que seja um pouquinho menos. Mas, afinal de contas, é feio pechinchar? O especialista diz que não deve haver nenhum tipo de constrangimento nisso, já que a prática é saudável. Mas, há um pequeno detalhe. 

Além de seguir a dica de perguntar se o vendedor está aberto à negociação de um desconto, é importante que o consumidor também adote uma postura que não desvalorize ou diminua o preço do produto sem ter referências do valor dele no mercado, e acabar "culpando" o estabelecimento ou o vendedor por não desejar - ou simplesmente poder - baixar o preço. É aquilo: o bom-senso é sempre bem-vindo. E aí, está preparado ou já praticou a pechincha neste Natal?

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