Algumas lojas funcionarão em horários especiais para atender aos clientes na Black Friday
Samuel Aguiar
Algumas lojas funcionarão em horários especiais para atender aos clientes na Black Friday

A Black Friday, maior evento de liquidação do Brasil, começa nesta sexta-feira (24). Produtos dos mais diversos setores serão vendidos com grandes descontos em e-commerces e lojas físicas de todo o País. Segundo estimativas da BlackFriday.com.br, idealizadora do evento em território nacional, o faturamento deve crescer cerca de 19% em 2017 frente ao ano anterior, chegando a R$ 2,2 bilhões. Mas, afinal, o que você precisa saber antes de começar as compras?

Leia também: Procon-SP dá dicas para a Black Friday e lista as empresas mais reclamadas

Os descontos são apenas em eletrônicos?

É verdade que grande parte dos consumidores busca por eletrônicos na Black Friday , mas você pode encontrar desconto nos mais variados produtos e serviços. Lojas de roupas, agências de viagens e até mesmo redes de restaurantes estão com promoções para a data.

O McDonald's e o Burger King, por exemplo, entraram em uma disputa para ver quem oferece as melhores vantagens. Após o primeiro ter anunciado que permitiria refil de batata frita na data, o segundo respondeu com a oferta de um balde do produto para quem comprasse um dos combos promocionais. A rede Giraffas resolveu intervir e prometeu batata frita grátis para quem visitar sua unidade no Shopping Cidade São Paulo. 

Até mesmo os aplicativos de carros particulares entraram na onda. Usuários da 99 receberam um cupom de desconto de 15% em até 15 corridas, com desconto máximo de R$ 15 em cada uma delas, para ser usado até o final desta quinta-feira (23).

Devo comprar à vista ou parcelado?

É importante não cair em tentação com os descontos da Black Friday para evitar gastar mais do que pode, seja pagando à vista ou parcelado. Tente comprar somente o necessário para aproveitar a data sem entrar em dívidas. 

No entanto, caso você esteja decidido a comprar um item e tem dinheiro em caixa para isso, procure pagar à vista, principalmente em produtos de menor valor. Dessa forma, você consegue evitar taxas e juros de parcelamento, conseguindo comprar com os maiores descontos.

"O consumidor deve negociar com o lojista as taxas mais atrativas para ele. Procure pedir desconto ao estabelecimento. No caso do e-commerce, compre pelo boleto, que, normalmente, vem com um valor menor", diz o coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), André Braz.

As lojas funcionam em horários especiais?

Muitas lojas físicas trabalharão com horários alternativos para vender produtos com descontos. É o caso da Lojas Americanas, por exemplo. Algumas unidades da rede abrirão à meia-noite de sexta-feira com diversas promoções. 

Os hipermercados Extra fazem a virada de preço às 22h desta quinta-feira (23) e ficam abertos direto até meia-noite de sábado (25). Lojas de rua de Casas Bahia e Carrefour abrem às 6h da sexta-feira.

Leia também: Fundador da Polishop critica data da Black Friday, mas vê oportunidade de vender

Você viu?

Quais cuidados devo tomar?

Buscar produtos na Black Friday deve ser sinônimo de cautela. Em muitas ocasiões, os descontos indicados pelas lojas podem ser apenas ilusórios. “Existe a maquiagem de preços. Isso significa que nesse período, antes da Black Friday, os fornecedores aumentam consideravelmente o valor dos produtos, fornecedores que não agem de boa-fé. Então você compra com descontos maravilhosos de 50%, até 80%, mas do dobro do valor real. É importante pesquisar antes o preço. Pesquisar se o fornecedor é confiável. Procure sites de reclamações e pesquise sobre esse fornecedor”, explica Werson Rêgo, especialista em Direito do Consumidor.

No caso de compras online, é importante ficar atento aos sites falsos que podem roubar seus dados pessoais. “Procure sites de fornecedores conhecidos e confiáveis. Uma dica é sempre se atentar ao HTTPS e o ícone do cadeado que ficam na página. Isso prova que o site é seguro para colocar seus dados pessoais. Quando não toma as devidas cautelas, o consumidor corre o risco de ter informações capturadas por fraudadores: cartão, validade, código de segurança, nome e a senha”, afirma Rêgo.

Ainda segundo o especialista, é essencial ficar alerta ao encontrar promoções "surreais" na Black Friday. Nestas situações, preste muita atenção à qualidade do produto para não comprar algo que não vai entregar uma boa experiência: “Não existe milagre, então desconfie de ofertas fora de um padrão normal. Pode ser produto próximo do prazo de validade expirar, produto fora de série, que não tem espaço no mercado, ou seja, um produto de segunda linha, e isso vai impactar no preço”.

Evite também clicar em links suspeitos. Em muitas situações, golpistas podem enviar e-mails com promoções que se assemelham à página de uma loja legítima, mas que contém malwares. "Se os links parecerem suspeitos ou se o comprador não tiver certeza da origem do e-mail, não abra. É melhor ir diretamente ao site do lojista para checar a oferta”, orienta Sérgio Muniz, Sérgio Muniz, cybersecurity da Gemalto.

Uma das recomendações feitas por especialistas é tirar um print da tela de um anúncio que você achou interessante. Isso faz evita surpresas  com mudanças indevidas de preços no momento do pagamento.

"É o melhor meio de prova para exigir, ainda que perante o Poder Judiciário, o pagamento pelo valor correto ou o estorno da diferença em caso de cobrança indevida. Aliás, o Código do Consumidor autoriza o comprador a reaver em dobro a quantia paga a partir de uma cobrança imprópria. Desta forma, se a cobrança indevida foi de R$ 100,00, o consumidor terá o direito de recuperar R$ 200,00 (repetição do indébito pelo dobro)", recomenda o professor de Direito do Consumidor da LFG, Fabrício Bolzan.

Apesar da recomendação para efetuar compras por boleto e conseguir os maiores descontos , procure evitar sites que oferecem apenas este meio de pagamento, não permitindo compras por meio do cartão de crédito. Segundo Bolzan, essa "é uma prática comum que esse tipo de empresa acabe encerrando suas atividades sem dar explicações sobre o seu paradeiro, gerando prejuízo enorme ao consumidor, que quase nunca consegue recuperar o valor pago".

Leia também: Impostos pesam e reduzem descontos na Black Friday

O que fazer se me sentir prejudicado?

Se mesmo após todos os cuidados o consumidor sentir que foi enganado com alguma oferta na Black Friday, Fabrício Bolzan recomenda que seja feita uma denúncia. "O Procon é um excelente exemplo de presença do Estado na defesa do consumidor, mas além dele há o Ministério Público e outras entidades voltadas ao segmento para efetuar essa reclamação. Vale reforçar que a oferta vincula o fornecedor a vender pelo preço anunciado, por isso a atenção deve ser redobrada nessa época do ano para que o consumidor não saia lesado e que os maus fornecedores sejam denunciados e punidos para não cometerem práticas abusivas nos próximos anos", orienta Bolzan.


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!