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IBGE aponta crescimento na produção industrial de 6 dos 14 ramos de pesquisa
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IBGE aponta crescimento na produção industrial de 6 dos 14 ramos de pesquisa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (8) os resultados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Regional, que mostrou um crescimento no ritmo da produção industrial nacional , entre agosto e setembro deste ano e na série com ajuste sazonal. O avanço foi observado em seis dos 14 locais avaliados, com destaque para o Rio de Janeiro, que subiu 8,7%, intensificando o acréscimo de 3,1% de agosto.

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O IBGE ainda evidenciou um aumento na produção industrial de Goiás, com 2,1%, Pará, com 2%, São Paulo, com 1,3%, Paraná, com 0,2% e Santa Catarina, com 0,2%. Em contrapartida, houve queda nas taxas do Espírito Santo, Pernambuco e na Região Nordeste, com respectivamente 3%, 2,5% e 2%. O primeiro anulou parte do crescimento de 6,7% de agosto, o segundo eliminou a alta de 2,2% e o último voltou a decair após acumular ganho de 3,1% em julho e agosto.

Outros decréscimos também foram destacados no Ceará, Amazonas e Bahia, todos com baixa de 1,1%, Rio Grande do Sul, com menos 1% e Minas Gerais, com recuo de 0,4%. Na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para a indústria foi de 0,1% no trimestre encerrado em setembro deste ano, frente ao nível do mês anterior, mantendo o desempenho positivo iniciado em maio.

Regionalmente falando, oito locais apontaram taxas positivas, sendo as mais acentuadas na Bahia, com 3,8%, Rio de Janeiro, com 1,9%, Goiás, com 1%, Paraná, com 0,7% e São Paulo, com 0,6%. Por outro lado, as perdas mais elevadas partiram do Espírito Santo, com queda de 2,3% e Rio Grande do Sul, com retração de 1,3%. Se comparado ao mesmo mês do ano passado, a indústria cresceu 2,6%, com alta em 10 dos 15 locais analisados.

As expansões do Pará, de 13,2% e do Rio de Janeiro, de 11,3%, apontadas como as mais intensas, foram fortemente impactadas pelos avanços nos setores de indústrias extrativas, abrangente ao minério de ferro em bruto ou beneficiados e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, relativo ao óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina automotiva, querosenes de aviação, óleos lubrificantes básicos e naftas para petroquímica e veículos automotores, reboques e carrocerias.

Paraná, com 8,9%, Goiás, com 7,3%, Amazonas, com 6,8%, São Paulo, com 5%, Bahia, com 4,7%, Mato Grosso, com 4,5% e Ceará, com 3,3% foram outras taxas maiores do que média nacional de 2,6%. Santa Catarina, apesar de um resultado menos expressivo, também apresentou aumento de 2,4%.

Já Rio Grande do Sul e Pernambuco foram as maiores retrações, com 5% e 4,1%, influenciados pelo comportamento negativo dos setores de celulose, papel e produtos de papel e de produtos alimentícios, como óleo de soja em bruto, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, queijos, sucos concentrados de frutas, carnes e miudezas de aves frescas ou refrigeradas.  

Produtos alimentícios, como açúcar cristal e refinado de cana-de-açúcar e bebidas, aguardente de cana-de-açúcar e refrigerantes também foram citados como contribuintes para o movimento. Os demais resultados negativos vieram do Espírito Santo, com -2,7%, Região Nordeste, com -1,3% e Minas Gerais, com -0,8%.

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Crescimento e acumulado

Em bases trimestrais, o acréscimo de 3,1% no setor industrial, no terceiro trimestre deste ano, foi considerado a taxa positiva mais significativa desde o segundo trimestre de 2013, quando a indústria registrou crescimento de 5,1%. O bom resultado manteve o comportamento ascendente obtido nos dois primeiros trimestres do ano, com alta de 1,2% entre janeiro e março e de 0,3% entre abril e junho.

É importante mencionar que essas taxas interromperam 11 trimestres seguidos de registros negativos nesse tipo de confronto. O aumento no ritmo de produção vinculado ao total da indústria na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano se estendeu em 11 dos 15 lugares de pesquisa.

Os principais avanços foram observados nos seguintes locais: Bahia, ao passar de  queda de 6,3% para 5,6%, Mato Grosso, de retração de 2,7% para 7,4%, São Paulo, de -0,2% para 5,4%, Paraná, de 1,9% para 6,8% e Goiás, de -1,4% para 3,5%. Por outro lado, houve perdas entre os dois períodos no Espírito Santo, que recuou de 5% para 0,2% e no Rio Grande do Sul, de 2% para -1,4%.

No indicador acumulado para o período referente a janeiro a setembro, ante o igual período do ano anterior, a expansão de 1,6% na produção nacional atingiu 12 dos 15 locais pesquisados, com destaque para as maiores taxas assinaladas no Pará, com 9,8% e no Paraná, com 5,1%. Santa Catarina, com 3,6%, Espírito Santo, com 3%, Rio de Janeiro, com 2,8%, Amazonas, com 2,5%, Goiás, com 2,4%, Mato Grosso, com 2,1%, São Paulo, com 2%, Ceará, com 1,6%, Minas Gerais, com 1,6% e Rio Grande do Sul, com 0,9% completaram as altas no fechamento dos nove meses do ano.

Nesses locais, o maior dinamismo foi ocasionado por fatores relacionados à expansão na fabricação de bens de capital, principalmente no setor de transportes, para construção e agrícola, bem como no de bens intermediários - minérios de ferro, petróleo, celulose, siderurgia, açúcar e derivados da extração da soja -, de bens de consumo duráveis - automóveis e eletrodomésticos da “linha marrom” - e de bens de consumo semi e não-duráveis, abrangentes a calçados, produtos têxteis e vestuário.

Em sentido contrário, a Bahia, com -2,9%, deteve o maior recuo no índice acumulado no ano, impactada pelo comportamento negativo dos setores de metalurgia - barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre - e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, relativo ao óleo diesel, naftas para petroquímica e óleos combustíveis. A Região Nordeste, com baixa de 0,9%, e Pernambuco, com menos 0,1% também apresentaram taxas negativas no indicador acumulado de janeiro a setembro.

Em relação à taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, que subiu 0,4% em setembro deste ano, houve o primeiro resultado positivo desde maio de 2014, quando alcançou 0,3%. O crescimento mensal deu continuidade a trajetória ascendente iniciada em junho de 2016. Em termos regionais, 10 dos 15 locais registraram taxas positivas no nono mês do ano e 12 se mostraram mais dinâmicos frente aos índices de agosto.  

Os principais ganhos de ritmo entre ambos os períodos partiram de Amazonas, ao passar de -0,2% para 1,6%, Espírito Santo, de -1,4% para 0,4%, Paraná, de 2,9% para 4,6%, Mato Grosso, de -1,6% para -0,3%, Goiás, de -1,6% para -0,5%, Bahia, de -5,1% para -4,1%, Rio de Janeiro, de 2% para 2,9%, Ceará, de -0,4% para 0,5% e Pará, de 8,4% para 9,2%. Por fim, o IBGE destacou o Rio Grande do Sul como a maior redução entre a passagem, ao cair de 0,8% para 0,5%.

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