Segundo o IBGE, a principal influência negativa partiu de produtos alimentícios, que retraiu 5,5% em agosto
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Segundo o IBGE, a principal influência negativa partiu de produtos alimentícios, que retraiu 5,5% em agosto

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (3) os resultados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física, relacionada a produção industrial nacional , que recuou 0,8% em agosto e na série com ajuste sazonal. A queda mensal interrompeu um período de quatro meses consecutivos de expansão na produção, que acumulou ganho de 3,3%.

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Segundo o estudo do IBGE , em comparação com o mesmo mês do ano passado e na série com ajuste sazonal, o total da indústria apresentou crescimento de 4% em agosto deste ano, o que também ocorreu em maio, junho e julho, com acréscimos de 4,5%, 0,9% e 2,9%, respectivamente. Em relação ao índice acumulado no ano, o crescimento industrial foi de 1,5%. A taxa acumulada nos últimos 12 meses variou negativamente em 0,1%, permanecendo com a diminuição no ritmo de queda iniciada em junho do ano passado, quando decresceu 9,7%.  

Atividades

O recuo da atividade industrial na transição de julho para agosto alcançou duas das quatro grandes categorias econômicas e oito dos 24 ramos avaliados. Entre os setores, a principal influência negativa partiu de produtos alimentícios, que retraiu 5,5% e interrompeu três meses seguidos de crescimento na produção, período o qual acumulou ganho de 9,3%.

Outras taxas negativas foram percebidas em máquinas e equipamentos, com retração de 3,8%, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda de 1,6% e indústrias extrativas, com baixa de 1,1%. Com exceção da última atividade, que caiu pelo segundo mês consecutivo e acumulou perda de 2,4%, todas as demais taxas foram positivas em julho.

Entre os 16 ramos que ampliaram a produção em agosto, a maior relevância foi obtida em veículos automotores, reboques e carrocerias, com 6,2% e em perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal, com 5,5%. O primeiro ramo eliminou a baixa de 3,7% acumulada nos meses de junho e julho, e o segundo voltou a crescer depois de cair 1,5% em julho.

Outros impactos positivos partiram dos setores de metalurgia, com 1,9%, produtos do fumo, com 15,2% e produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 2,1%, onde o primeiro recuperou o recuo de 1,5% do mês anterior e o último aumento pelo segundo mês seguido, acumulando ganho de 6,7%.

No que se diz respeito às categorias econômicas, bens intermediários e bens de consumo não duráveis apresentaram taxas negativas, com queda de respectivamente, 1% e 0,6%. Com a baixa, houve interrupção em um período de quatro meses de expansão, cujo acumulo de ganho foi de 3,6%.

 Em contrapartida, o segmento de bens de consumo duráveis apresentou o aumento mais acentuado do mês, com 4,1%, intensificando assim, o crescimento de 2,9% verificado em julho. Produtos de bens de capital também registrou taxa positiva, com 0,5%, o que a garantiu o quinto mês de altas na produção, com ganho acumulado de 10,2%.

Média móvel trimestral

Considerando a série com ajuste sazonal, a evolução de média móvel trimestral para o total da indústria permaneceu estável no trimestre encerrado em agosto, frente ao mês anterior, com variação nula. Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital assinalou o maior avanço, com 1,2%.

Os segmentos de bens de consumo duráveis, com 0,5% e de bens de consumo semi e não duráveis, com 0,4% também acresceram no mês, em oposição ao setor de bens intermediários, que não apresentou variação em agosto, após registrar dois meses de taxas positivas.

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Bases comparativas

No confronto com igual mês do ano passado, o setor industrial expandiu 4%, com resultados positivos em todas as quatro categorias econômicas, 20 dos 26 ramos, 54 dos 79 grupos e 55,7% dos 805 produtos analisados. A atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias foi apontada como a maior influência positiva para a formação da média da indústria, com alta de 28,2%.

Outros destaques positivos vieram de produtos alimentícios, com 4,7%, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 22,1%, indústrias extrativas, com 2,6%, produtos do fumo, com 63%, produtos de borracha e de material plástico, com 4,9%, perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal, com 11%, produtos diversos, com 14,2% e móveis, com 12%.

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Já as atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, outros equipamentos de transporte, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos farmoquímicos detiveram as principais quedas do mês, com recuos de respectivamente, 3,7%, 14,3%, 5,8% e 5,8%.

Segmentos

Bens de consumo duráveis apresentou crescimento de 18,5% em agosto – 10ª  taxa positiva seguida e a mais acentuada desde maio, quando alcançou 20,8%. O aumento de 33,3% na fabricação de automóveis foi considerada o principal contribuinte para a impulsão.  Enquanto a queda de 13,1% em motocicletas e o recuo de 4,9% em outros eletrodomésticos foram apontados como os decréscimos mensais mais expressivos.

O aumento de 9,1% em bens de capital evidenciou sua quarta taxa positiva, e a maior desde dezembro do ano passado, quando atingiu 16,7%. O segmento foi fortemente impactado pelo avanço do grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte, com 19,8%. Houve alta também em bens de capital para uso misto, com 30,4% e em construção, com 58%. Enquanto os recuos foram observados em bens de capital para fins industriais, com 3,8%, agrícola, com 8,7% e energia elétrica, com menos 7,9%.

O segmento de bens de consumo semi e não duráveis subiram 3,5% em agosto  e 4,3% em julho. O desempenho do mês foi ocasionado, em grande parte, pela expansão no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico, com 4%. Já a alta de 2% na produção de bens intermediários foi impactada pelas elevações nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 15,3%, nas indústrias extrativas, com 2,6%, nos produtos alimentícios, com 3,8%, entre outros.

As pressões negativas foram apresentadas em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com baixa de 7,3% e em produtos de metal, com queda de 3,5%. O recuo de 1,9% obtido pelo grupamento de insumos típicos para construção civil marcou um período de 42 retrações consecutivas.

Acumulado

No índice acumulado entre janeiro e agosto deste ano, e na comparação com igual período do ano anterior, o setor industrial cresceu em três das quatro categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 45 dos 79 grupos e 52,4% dos 805 produtos.

Veículos automotores, reboques e carrocerias, com 13,9% e indústrias extrativas, com 6,6% foram as atividades que mais avançaram no mês. Outras contribuições positivas importantes foram observadas em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 20,7%, produtos do fumo, com 22,4%, metalurgia, com 2,4%, máquinas e equipamentos, com 2,7% e confecção de artigos do vestuário e acessórios, com 4,9%.

Por outro lado, houve queda em 11 atividades pesquisadas, sendo a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis o maior destaque negativo, com baixa de 6,6%.  Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os oito primeiros meses deste ano apresentou um maior dinamismo para bens de consumo duráveis, com 11,1% e bens de capital, com 4,4%. Entretanto, o IBGE mostra a influência da baixa base de comparação , uma vez que esses segmentos recuaram 20% e 15,2% entre janeiro e agosto do ano passado.

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