Inflação medida pelo IPCA ficou em 2,46% nos 12 meses terminados em agosto
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Inflação medida pelo IPCA ficou em 2,46% nos 12 meses terminados em agosto

Nesta quarta-feira (6), foi decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a oitava redução seguida nos juros básicos da economia. A queda na Selic terá impacto sobre o bolso de quem investe na mais tradicional aplicação financeira do País: a queda para 8,25% mudou o cálculo do rendimento da poupança, que vai diminuir. Mesmo assim, a caderneta continuará rendendo mais que a inflação e a maioria dos fundos de investimento.

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Segundo a regra que vigora desde 2012, quando a Selic fica igual ou acima de 8,5% ao ano, a caderneta rende 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), tipo de juro variável. Abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic. A diminuição dos juros básicos faz com que a poupança passará a render 5,78% ao ano. Mesmo com o rendimento menor, o investidor não perderá dinheiro porque a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estava em 2,46% nos 12 meses terminados em agosto, no menor nível nessa comparação desde fevereiro de 1999.

Não necessariamente todo o saldo da poupança passará a ser corrigido pelo novo cálculo. Os depósitos feitos até 3 de maio de 2012, data em que foi publicada a medida provisória que alterou os rendimentos da poupança, continuarão a render 6,27% ao ano mais a TR, independentemente da taxa Selic em vigor. O correntista pode verificar, nos extratos bancários, a parcela depositada em cada um dos períodos.

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De acordo com o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, em 2012, o governo precisou mudar o cálculo do rendimento da poupança para evitar um desequilíbrio no mercado financeiro. Caso a poupança continuasse a render pela regra antiga, ninguém aplicaria nos fundos de investimento quando a Selic caísse abaixo de 8,5% ao ano.

Repercussão

A redução da Selic gerou repercussões positivas e negativas no País. Para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o corte vai ajudar a recuperar a produção e o consumo. “A redução dos juros é essencial para a recuperação das condições financeiras, tanto das empresas quanto dos consumidores, e para impulsionar a retomada da economia”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

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Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considerou insuficiente o corte de apenas um ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic. Para Skaf, o corte da taxa deveria ter sido maior. “Com previsão de inflação de 3,31% no fim deste ano, sem dúvida há espaço para cortes mais incisivos da Selic”, afirmou.

*Com informações da Agência Brasil

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