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A aprovação das reformas propostas pelo governo, em especial a da Previdência, é importante para que inflação e os juros estruturais da economia continuem a cair nos próximos meses. A afirmação foi feita pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que participou nesta sexta-feira (30), em São Paulo, do evento Finanças Mais, promovido pelo Grupo Estado. Segundo ele, o País tem "amortecedores robustos" e está menos vulnerável a choques internos e externos.

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"Vários ajustes e reformas aumentaram a confiança e reduziram a percepção de risco. A continuidade nessa direção, em especial com a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas que visam aumentar a produtividade, será importante para a sustentabilidade da desinflação e da queda da taxa de juros estrutural da economia", defendeu Goldfajn. O presidente do BC destacou que as taxas de juros nominais e reais, isto é, que descontam a inflação, também estão caindo.

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José Cruz/Arquivo/Agência Brasil
Presidente do Banco Central argumentou que reformas ajudam a manter desinflação e queda de taxas de juros

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"A taxa Selic recuou 400 pontos base [ou 4 pontos percentuais] nos últimos meses e há expectativa de quedas adicionais à frente", disse. No fim de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou um corte de 1 ponto percentual na Selic, passando de 11,25% ao ano para 10,25% ao ano. A taxa básica de juros está em seu menor nível desde janeiro de 2014, quando estava em 10% ao ano. "As taxas de juros reais também recuaram de valores próximos a 9% ao ano em setembro de 2015 para a faixa de 4,2% a 5% atualmente".

Goldfajn lembrou ainda do anúncio feito na quinta-feira (29) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que fixou metas de 4,25% e 4% para a inflação  de 2019 e 2020, respectivamente. "É um passo importante para se caminhar para taxas de inflação mais baixas de uma forma gradual e consistente, para minimizar riscos e ser sustentável ao longo do tempo", argumentou.

O anúncio feito pela equipe econômica representam a primeira redução de perspectivas sobre a inflação desde 2005. A meta tem tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, o BC poderá cumprir a meta de a inflação ficar entre 2,75% e 5,75%, em 2019, e entre 2,5% e 5,5%, em 2020.

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Nova projeção para o PIB

O anúncio do CMN sobre as metas de inflação para os próximos anos foi feito um dia depois do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmar que a projeção para o Produto Interno Bruto ( PIB ) de 2017 deverá ser revista em breve pela equipe econômica. "Nós chegamos, a um certo momento, a [prever um crescimento de] 2,7%. Não mudamos essa previsão ainda formalmente mas, de fato, ela tem um certo viés de baixa", disse, indicando que a não-aprovação de reformas pode ter alterado o planejamento da equipe econômica.

* Com informações da Agência Brasil.

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