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Nesta quarta-feira (7) o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram o Indicador de Propensão ao Consumo, onde foi apontado que 58% dos consumidores planejam reduzir os gastos neste mês de junho.

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Gastos: 47% dos consumidores que possuem créditos ativos atrasaram o pagamento das parcelas
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Gastos: 47% dos consumidores que possuem créditos ativos atrasaram o pagamento das parcelas

Entre as razões apuradas pelas instituições estão a tentativa de economizar nos gastos , apontado por 23% dos entrevistados, os altos preços, além do endividamento e a redução da renda, respectivamente citados por 18%, 15% e 10%.

Embora uma parcela considerável esteja endividada, a maior, ou seja,  42% dos participantes da apuração disseram estar com as contas equilibradas, ou seja, sem sobra e nem falta de dinheiro. Por outro lado, 37% assumiram estar no “vermelho”, sem condições de arcar com todas as contas.

Diante da realidade de que apenas 15% têm conseguido sobra de dinheiro, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que a quantidade de consumidores no limite de seu orçamento pode ser reflexo da crise econômica, mas que também não se pode desconsiderar a falta de organização financeira, que leva ao acúmulo de dívidas e a todas as consequências que decorrem do aperto, como o stress e até o desentendimento familiar.

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Uso de crédito                                                                   

O SPC Brasil e a CNDL também contabilizaram a demanda dos consumidores – de zero a 100, sendo este o maior uso de crédito - por empréstimos e crédito para compras a prazo pelos consumidores no mês de abril, que obteve a pontuação de 27,6. As modalidades consideradas foram empréstimos, financiamentos, cartões de crédito, de loja, crediários, e limite do cheque especial. Vale ressaltar que em março, a marca registrada foi de 27,1.

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No balanço foi apurado que 42% dos consumidores utilizaram algum tipo de crédito no mês de abril, o principal meio utilizado, por 36% destes foi o cartão de crédito. Logo em seguida, no ranking, veio o cartão de loja e crediário, usados por 14%.  

Em relação aos gastos, 36% notaram um aumento do valor da fatura. Por outro lado, 38% e 25% notaram respectivamente, valores estáveis e até mesmo a diminuição dos gastos. 

Itens de supermercado, remédios e insumos de farmácia foram as categorias nas quais os consumidores mais utilizaram o crédito, que inclusive tiveram valor médio reportado de R$ 917,30. As categorias citadas foram responsáveis por 59% e 58% das compras via crédito.

 “O consumidor com dificuldade de exercer o autocontrole na hora das comparas deve evitar limites muitos altos. Se o valor da fatura for igual ou próximo à sua renda, são grandes as chances de esse consumidor acabar no rotativo, pagando juros que excedam 400% ao ano”, aconselha a economista-chefe.

Pagamento

A contratação de empréstimos e financiamentos pelos bancos são vistos como difícil ou muito difícil por 46% dos entrevistados, já 16% enxergam como fácil. Em relação às lojas, 21% dos consumidores informaram que tiveram o crédito negado em algum estabelecimento comercial. Cerca de 9% chegou a até mesmo ter suas comparas barradas por estarem em situação negativada.

De acordo com o SPC Brasil e a CNDL, cuidados devem ser considerados na hora de contratar um empréstimo ou financiamento, visto que 47% dos consumidores que possuem essas modalidade de créditos ativas atrasaram o pagamento das parcelas. Vale ressaltar que 18% ainda estão com mensalidades atrasadas.

Marcela Kawauti aconselha ao consumidor que, caso o empréstimo não cubra uma necessidade emergencial, esperar mais um pouco pode ser uma boa escolha de gastos. “Convém analisar a real necessidade de assumir um compromisso que, muitas vezes, só acaba depois de anos. Se o objetivo é a realização de um sonho de consumo, o mais prudente
é constituir, antes, uma reserva financeira com esse propósito. Já se o objetivo for o pagamento de dívidas, o consumidor deverá optar por condições mais favoráveis, com juros menores e um plano de pagamento que caiba no seu orçamento. Caso contrário, pode cair no endividamento novamente”, analisa a economista.

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