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SPC Brasil aponta que o pagamento à vista será o meio mais utilizado, citado por 69% dos consumidores, sendo que em 56% dos casos o pagamento será em dinheiro
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SPC Brasil aponta que o pagamento à vista será o meio mais utilizado, citado por 69% dos consumidores, sendo que em 56% dos casos o pagamento será em dinheiro

De acordo com uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), neste ano, o Dia dos Namorados - última data comemorativa do primeiro semestre - deve injetar aproximadamente R$ 11,5 bilhões na economia, uma vez que 92 milhões de brasileiros, ou seja, 61%, estimam presentear alguém neste 12 de junho.

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Contudo, o SPC Brasil apontou que mesmo que o número de interessados em presentear alguém seja elevado, 32% dos consumidores afirmaram não pretender aumentar o gasto com os presentes, visando a mesma quantia do ano passado, enquanto 24% pretendem diminuir e 16% ainda não decidiram o valor a ser utilizado para a compra do presente. Em contrapartida, 9% têm a intenção de gastar mais no período.

A principal resposta para justificar o menor valor a ser usado para os presentes é a situação orçamentária ruim, com 44%. Em seguida, com 32% estão os compradores que pretendem economizar e os que afirmam a ação devido à alta na inflação e a economia instável, com 25% das respostas.

Já 18% asseguraram não gastar mais por conta das dívidas atrasadas. A qualidade do produto, com 56% e o encarecimento dos presentes, com 40%, foram as principais justificativas daqueles que têm a intenção de gastar mais. Apenas 8% asseguraram aumentar o gasto devido a uma melhora na renda.

Formas de pagamento

O levantamento ainda mostrou que o pagamento à vista será o meio mais utilizado, citado por 69% dos consumidores, sendo que em 56% dos casos o pagamento será em dinheiro e em 13% no cartão de débito. O cartão de crédito, por sua vez, será usado por 24% dos compradores, seja em parcela única, com 9% ou em várias parcelas, com 15%. Entre aqueles que dividirão as compras, a média é de três prestações por entrevistado. 

“Em um momento em que as pessoas estão inseguras em seus empregos, comprar o presente à vista é uma boa alternativa para fugir do endividamento. O ideal é não abusar dos parcelamentos para evitar o comprometimento da renda com prestações”, afirmou a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti.

Levando em consideração a soma de todos os itens adquiridos, o gasto médio é de R$ 124, porém, pode aumentar para R$ 158 para os consumidores das classes A e B e diminuir para os entrevistados de classes C, D e E. Além disso, foi ressaltado pelo levantamento que 50% dos consumidores ainda estão em dúvida em relação ao valor a ser gasto com a lembrança para a pessoa amada.

Cerca de 87% dos consumidores afirmaram querer comprar um único presente. 50% afirmaram perceber um aumento nos preços esse ano, sendo a crise econômica enfatizada por 73% como a principal razão para a alta e a sazonalidade do período, por 18%. Em contrapartida, 28% asseguraram não haver um acréscimo no preço dos presentes e 5% afirmaram que os mesmos estão mais baratos.

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Gastos

Quando questionados sobre o aumento na pretensão de gastos no Dia dos Namorados, 17% admitiram que costumam exagerar, o que é prejudicial para o orçamento. O merecimento da pessoa, com 24%, a vontade de agradar a pessoa amada, independentemente do gasto, com 22% e a vontade de agradar o parceiro, não importando a efetuação de novas dívidas, com 18%, foram as respostas mais citadas para justificar a ação.

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Muito dos entrevistados que pretendem presentear alguém nesta data afirmaram estar com problemas financeiros, sendo que quase três em cada 10, ou 26% deles, têm contas atrasadas e 22% atualmente estão com o nome sujo. Já outros 8% disseram que deixarão de pagar alguma conta para comprar o presente, ao contrário dos 78% que declararam não ter mais o hábito de passar do limite e estourar o próprio orçamento nesta data comemorativa.

Mais da metade dos consumidores, 68%, estão intencionados a pesquisar o preço antes de irem às compras, principalmente as mulheres, com 75%. “Vale reforçar a importância deste comportamento responsável, tendo em vista que a inadimplência é prejudicial tanto para o consumidor, que tem seu acesso ao crédito limitado; quanto para o lojista, que deixa de receber por uma venda já concretizada. Sobretudo em momentos de recessão, o consumidor deve respeitar o tamanho do próprio bolso, fazendo pesquisas de preço e pagando as compras de preferência à vista”, destacou Marcela.

Preferências

Roupas, perfumes, cosméticos e maquiagem, calçados, acessórios, como óculos, cintos e bolsas, flores, bombons e chocolates, jantares e celulares e smartphones foram os itens mais citados para presentear alguém no Dia dos Namorados, com 30%, 18%, 11%, 9%, 7%, 5%, 4% e 3% das respostas, respectivamente.

É importante lembrar que o estudo buscou identificar não somente os presentes mais procurados, como também os mimos que os consumidores gostariam de receber na data, sendo roupas, com 23%, perfumes, com 15%, calçados, com 10% e acessórios, com 9%, os mais bem colocados no ranking dos itens desejados.

Em relação aos locais de compras, os shopping centers foram os mais citados pelos compradores, com 32%. As lojas de rua, com 22%, os shopping populares, com 10%, as lojas de departamento, com 7% e as lojas online pela internet, com 4%, apareceram na sequência. Os fatores mais importantes para a escolha do local são o preço, a qualidade dos produtos ofertados e as promoções e descontos, com 56%, 37% e 32%, respectivamente.  Vale destacar que 36% dos compradores acreditam que farão as compras de última hora, nas vésperas da data comemorativa.

Por fim, foi evidenciado que 37% dos entrevistados estimam comemorar o dia em suas respectivas casas, contra 22% que optaram pela comemoração em restaurantes e 8% que passarão a data na casa do parceiro. Entretanto, dois em cada 10 entrevistados, ou seja, 19%, ainda não sabem ou decidiram onde vão celebrar.

Metodologia

A pesquisa elaborada pelo SPC Brasil e pela CNDL no âmbito do 'Programa Nacional de Desenvolvimento do Varejo' é realizada em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O levantamento contou com respostas de 883 consumidores de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A fim de diagnosticar o perfil de compra, foram considerados 600 casos da amostra inicial que objetivam comprar presentes. A margem de erro dessa amostra é de no máximo 4 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.

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