Brasil Econômico

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou e colocou em revisão o rating da JBS. Maior companhia de carne bovine do mundo, o grupo é um dos protagonistas da crise política vivida pelo Brasil desde a semana passada, quando foram divulgados os detalhes da delação premiada feita por seus fundadores, os irmãoes Joesley e Wesley Batista.

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Entre as empresas que tiveram seus ratings rebaixados e mantidos sob análise para novo rebaixamento, estão a JBS S.A. e sua subsidiária, a JBS USA. Em comunicado, a Moody's afirmou que "a ação segue à confirmação pela JBS S.A. de que sete executivos da companhia e sua controladora, a J&F Investimentos, entraram em um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República devido a alegações de corrupção".

Em comunicado, a Moody's afirmou ter
Divulgação/JBS
Em comunicado, a Moody's afirmou ter "visibilidade limitada" sobre a real situação da JBS

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De acordo com a agência, o rebaixamento se deve ao "aumento de riscos" relacionados à possibilidade de futuras ações judiciais e problemas de governança e liquidez da empresa. Em comunicado, a agência disse ter "visibilidade limitada" quanto à possibilidade de concretização desses prognósticos e declarou que se concentrará na obtenção de mais detalhes sobre a delação e sobre investigações criminais em curso.

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"Se a liquidez se deteriorar em função desses desdobramentos, a Moody's pode adotar ações adicionais em relação ao ratings antes da conclusão desse processo de análise", ressalta.

Investidores

Na tentativa de minimizar danos à economia produzidos pela da delação premiada de Joesley Batista, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participou pela manhã de teleconferência com investidores organizada pelo banco JPMorgan. Durante a conversa, o ministro reconheceu que a atual situação pode atrasar a tramitação da reforma da Previdência no Congresso em algumas semanas.

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Segundo a assessoria, Meirelles afirmou que continua trabalhando pela aprovação da proposta e que um eventual atraso não fará grande diferença, já que o efeito da reforma é de longo prazo. O Brasil, até o momento, não sofreu rebaixamento por agências de classificação de risco como a Moody's por conta da situação política. Na sexta-feira (19), a Fitch manteve a nota de crédito do país em moeda estrangeira, com perspectiva negativa. O país permanece dois degraus abaixo do grau de investimento.

* Com informações da Agência Brasil.

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