BNDES voltou a captar recursos no mercado exterior depois de três anos
Agência Brasil
BNDES voltou a captar recursos no mercado exterior depois de três anos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta terça (9) a emissão no mercado internacional de títulos verdes – também conhecidos como green bonds – no valor de US$ 1 bilhão.

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Com isso, o BNDES se tornou o primeiro banco brasileiro a emitir esse tipo de título no mercado internacional. A emissão foi preparada pelos bancos J.P.Morgan, Crédit Agricole e Bank of America Merrill Lynch. A demanda superou US$ 5 bilhões.

São considerados títulos verdes aqueles títulos de dívida emitidos por empresas e instituições financeiras para viabilizar projetos capazes de trazer benefícios ao meio ambiente ou ainda contribuir para amenizar os efeitos das mudanças climáticas.

Este tipo de título só pode ser emitido com o objetivo público e único de viabilizar projetos sustentáveis, em um processo que passa por uma verificação feita por consultorias responsáveis em avaliar se os recursos estão sendo investidos em ações ambientais.

É a primeira vez em três anos que o banco capta recursos no mercado exterior. O prazo para pagamento é de sete anos. A taxa de retorno é de 4,80% ao ano. Até agora, apenas companhias privadas brasileiras haviam captado bônus verdes no mercado externo. Os títulos serão listados na Bolsa Verde de Luxemburgo (Luxembourg Green Exchange).

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Claudio Coutinho, diretor da Área de Crédito e da Área Financeira e Internacional do banco, destacou a importância da captação para o banco, não só por seu tamanho, mas pela qualidade da operação.

“O bônus verde mostra o compromisso do BNDES com energias alternativas, energias limpas, e é muito importante para a gente marcar essa posição que o BNDES cada vez mais vai ter com os seus qualificadores empreendimentos que sejam ambientalmente consistentes”.

Semiárido

Já Marilene Ramos, diretora de Infraestrutura do banco,  disse que os projetos a serem contemplados, além das suas características ambientais, são, em grande parte, implantados na região semiárida do interior nordestino, em áreas pobres que não têm muitas alternativas de geração de renda.

“A implantação desses projetos nessas regiões também é um fator de desenvolvimento econômico, de geração de renda, traz impactos sociais muito relevantes”. Marilene disse que essas questões foram levadas aos potenciais investidores estrangeiros no road-show (apresentação itinerante) promovido pelo banco na semana retrasada.

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Eólicas

A diretora também disse que no período de 2003 a 2016, o apoio do BNDES no setor de energia eólica registra aprovação de 87 operações de crédito, no total de R$ 28,5 bilhões, o que proporciona aumento de capacidade instalada de cerca de 10,7 gigawatts (GW). Para serem elegíveis para receber os novos recursos, os projetos têm que passar por uma terceira opinião independente reconhecida internacionalmente, que vai dar para os projetos um selo de qualidade tanto em termos ambientais como sociais.

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