A alimentação fora do lar faz parte da rotina de grande parcela da população no País. Em tempos de crise ele é impactado, uma vez que a diminuição da renda e o desemprego atinge grande parcela da população. Enquanto alguns trabalhadores optam pela marmita para se alimentar, outros procuram restaurantes mais baratos para fazer sua alimentação.
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Pesquisa realizada pelo Instituto Foodservice Brasil – IFB apontou que o segmento de foodservice teve incremento de 3% em 2016 e faturou R$ 184 bilhões. O número pode até ser animador, mas quando comparado com igual período de 2015 amargou queda de 4% no Brasil. “Nos últimos dois anos o setor de alimentação fora do lar sentiu a crise econômica, mas soube se reinventar”, explicou em entrevista ao Brasil Econômico o diretor do comitê de dados do Instituto Foodservice Brasil, Eduardo Yamashita.
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O especialista explicou que as redes, em especial as de maior porte, apostam em políticas diferenciadas de precificação, modificaram produtos ofertados e apostaram em promoções. Essas ações somadas fizeram com que o setor mostrasse maior resiliência durante a recessão econômica no Brasil. “O consumidor quando passa por uma recessão econômica fica mais racional e isso demanda maior atenção ao empresário do setor”, disse Yamashita.
Outro ponto ressaltado pelo especialista foi em relação ao aumento de custo operacional. Os gastos maiores com despesas com água, luz e nos insumos para a produção das refeições, reorganizar a operação foi o que tornou o setor mais resistente à crise. “As grandes redes projetam crescimento de 8% para este ano e fecharam 2016 com 10% de incremento no número de unidades abertas, em um ano que foi difícil para todo mundo”, enfatizou o especialista.
A experiência adquirida no período de recessão fará com que o segmento de foodservice volte a crescer neste ano. “Os dois primeiros bimestres serão difíceis. A partir do terceiro é que veremos a melhora no desempenho do setor”. Para Yamashita, mais do que tornar a operação rentável mediante mudanças estratégicas, o que falta para o segmento desempenhar um melhor papel na economia é minimizar a informalidade. “O setor, mesmo com todo potencial de desenvolvimento, sofre com a informalidade. A burocracia, carga tributária excessiva travam o crescimento do setor”, afirmou Yamashita.
Outros dados
A pesquisa identificou ainda que o tíquete médio gasto com alimentação fora do lar foi de R$ 13, um acréscimo de 8%. Em relação à faixa etária, a maior parte dos compradores (30%) possui entre 18 e 34 anos, seguido pelas faixas de 35 a 49 (26%), 50 anos ou mais (20%) e menores de 18 anos (18%). A classe A é a mais presente, com 50% de penetração, seguida pela B com 38% e 19% para C e D.
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