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O setor de e-commerce segue em alta no Brasil. No ano passado, por exemplo, o comércio eletrônico faturou R$ 44,4 bilhões, o equivalente a crescimento de 7,4% na comparação com 2015. O cenário é visto com otimismo por especialistas, já que a crise financeira vem atingindo outros setores da economia nos últimos anos. No entanto, fatores como logística e acesso à internet ainda são apontados como barreiras para altas ainda mais significativas.

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Para Bruno de Oliveira, empreendedor há 15 anos e fundador do site "E-commerce na Prática", estes são pontos que, se melhorados e ajustados, farão o comércio eletrônico receber novos investimentos. A logística , por exemplo, é apontada pelo especialista como uma das questões mais importantes, já que uma das formas de cativar o consumidor é entregar produtos com rapidez.

Fundador de site sobre e-commerce lembra que a logística pode ajudar empresas do setor a cativar seus clientes
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Fundador de site sobre e-commerce lembra que a logística pode ajudar empresas do setor a cativar seus clientes

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Oliveira aponta dois motivos para não termos um sistema de entregas mais eficiente. O primeiro é a malha – rodoviária, ferroviária e hidroviária – muito menor quando comparamos o Brasil com países como os Estados Unidos, por exemplo. Em seguida, está o número limitado de empresas de transporte para oferecer serviços em um país de dimensões continentais como o nosso.

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"Como resultado dessas dificuldades, o empreendedor que passa a vender online logo percebe que suas opções praticamente inexistem", lembra oliveira. "Não é à toa que os Correios se vangloriam de ser 'o parceiro de 9 a cada 10 e-commerces brasileiros'. É claro que existem outras empresas que fornecem o serviço, mas dificilmente elas conseguirão concorrer em preço e eficiência".

Acesso à internet

Para o especialista, a democratização da internet é uma estratégia que afeta, inclusive os números do setor. Ao mesmo tempo, Oliveira explica que medidas como o projeto que visa limitar o consumo de dados na internet, poderia contrariar os planos de expandir o acesso, podem prejudicar o e-commerce.

Apesar de ter pouco mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil alcançou somente nos últimos anos a marca de 54,9% de lares com conexão à internet. "Um mercado de e-commerce mais maduro e eficiente só é conquistado com uma população que tenha amplo acesso e familiaridade com o mundo on-line", lembra.

Falhas do empreendedor

Apesar de ligar algumas barreiras à infraestrutura brasileira, o especialista lembra também de alguns erros causados pelos próprios proprietários de lojas virtuais. Um deles é não se preocupar em gerar valor para o cliente. "Quando sou questionado sobre o assunto, observo claramente que um dos principais deficits do comércio eletrônico, hoje em dia, é o fato de as lojas ainda tentarem 'empurrar' produtos para o cliente, sem nenhuma estratégia para isso".

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Ao criar uma loja virtual, é precisa saber que, não basta alugar uma plataforma e cadastrar produtos. Além de planejar itens como logística, por exemplo, o especialista lembra que, para se destacar em um ambiente cada vez mais competitivo, há duas saídas: investir altos valores em marketing ou se tornar uma referência em seu segmento por meio de blogs e ou posts nas redes sociais que ajudem a solucionar problemas dos consumidores. "Isso gera conexão, gera empatia,e faz o cliente lembrar quem é você. Pare de tentar vender o tempo todo. Foque em resolver o problema da sua persona", explica.

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