Brasil Econômico

Pesquisa da CRECISP apontou inadimplência de  5,26% nos alugueis
iStock
Pesquisa da CRECISP apontou inadimplência de 5,26% nos alugueis

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP) registrou que em 2016, os mercados de venda de imóveis usados e de locação residencial no Estado de São Paulo fecharam o ano com saldo positivo e abaixo da inflação. Em comparação com novembro, as vendas recuaram cerca de 21,43%, sendo 13,64% o número de casas e apartamentos alugados. Em relação aos 12 meses o saldo ficou positivo em 19,75%.

LEIA MAIS: Inflação no preço do aluguel tem alta de 0,86% em janeiro, aponta FGV

Já o Índice CRECISP , responsável por medir o comportamento mensal dos aluguéis novos e dos preços dos imóveis usados nas 37 cidades do Estado de São Paulo que integram a pesquisa, apresentou queda de 1,79% em dezembro, encerrando o ano passado com acréscimo de 4,26%.

“Os dois mercados mostraram resistência à crise que castiga a economia e, ao mesmo tempo, adaptação às restrições que ela impõe. Quem alugou ou vendeu não pôde determinar preços especulativos ou superestimá-los em razão da perda de poder aquisitivo imposta às famílias pela recessão econômica”, explicou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto.

Inflação e ajustes

Em 2016, a inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, ficou em 6,29%, 2 pontos percentuais acima do aumento de 4,26% do índice do CRECISP. Vale ressaltar que o indicador do Conselho também ficou abaixo do  Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou 6,58% e do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), com 7,17%.

“Os proprietários que não se ajustaram aos preços de mercado ficaram com os imóveis fechados. Não há como escapar a essa realidade, infelizmente, e os corretores cumprem seu papel ético e técnico ao mostrarem que o desejo precisa ser ajustado à realidade”, afirmou Viana Neto.

Nos bairros de regiões nobres abrangentes a pesquisa, o aluguel residencial médio iniciou o ano em R$ 2.046,28 e chegou a dezembro com valor de R$ 2.141,12, alta de 4,63%. Já nos bairros centrais, houve variação de 2,73% com aluguel médio de R$ 1.172,37 em janeiro e de R$ 1.204,38 em dezembro.

Nos bairros de periferia, o aluguel médio empatou com a inflação, indo de R$ 853,54 para de R$ 906,94 no mesmo período, alta de 6,25%. Segundo Viana Neto, “os preços dos imóveis usados e dos aluguéis residenciais devem manter essa sintonia fina de mercado também este ano já que a esperada melhora do cenário econômico não deverá ter fôlego capaz de inflar expectativas e preços”.

Redução de descontos

A pesquisa desenvolvida com 1.060 imobiliárias de 37 cidades do Estado de São Paulo apontou que do total vendido em dezembro de 2016, 53,96% foram apartamentos e 46,04%, casas. Todos foram vendidos com descontos menores dos que os concedidos em novembro do mesmo ano.

Você viu?

Em relação aos descontos nos imóveis de bairros periféricos, houve uma queda de 40,63%, uma vez que o desconto médio de dezembro foi de 6,84% ante aos 11,52% de novembro. Nos bairros centrais, o desconto caiu 9,29%, ao passar de 8,72% para 7,91%. Já nos bairros nobres o desconto médio baixou 11,1%, indo de 7,39% para 6,57% entre novembro e dezembro.

LEIA MAIS: Preço do aluguel de imóveis residenciais completa 18 meses de queda

A redução dos descontos foi ocasionada pelas vendas, que caíram 14,75% no mesmo período, sendo Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Guarulhos as maiores contribuintes para o resultado. Se comparado a novembro, houve diminuição de 53,15% nas vendas. No litoral também houve uma queda registrada em 22,55%. Em contrapartida, a Capital e o interior paulista apresentaram crescimento de 18,07% e 14,2%, respectivamente.

Cerca de 55,13% das casas e apartamentos vendidos em dezembro receberam financiamento bancário, sendo 39,59% para pagamentos à vista e 4,4%  para pagamentos parcelados. Apesar de uma tímida participação, os consórcios representam 0,088% dos negócios fechados pelas imobiliárias consultadas.

Os campeões de vendas nesse período foram os imóveis com preço médio de até R$ 300 mil, com 51,32% das unidades vendidas. Os valores de até R$ 4 mil o metro quadrado predominaram a divisão das vendas por faixas de preços, com 53,58% do total.

Imóveis devolvidos

Segundo o levantamento, o resultado de pessoas que devolveram casas e apartamentos alugados foi 5,25% maior em dezembro. As justificativas para o feito se dividiram, sendo 52,02% por motivos financeiros e 47,98% devido à mudança de endereço e cidade.

Os alugueis referentes a dezembro de 2016, teve resultado 13,64% menor do que em novembro, com - 3,96% na Capital, -3,74% no interior, -12,3% no litoral e -44,86% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

Os donos dos imóveis alugados pelas imobiliárias consultadas concederam descontos médios de 9,84% para casas e apartamentos localizados em áreas nobres, de 10,76% para bairros centrais e 11,59% para bairros periféricos. Cerca de 54,25% do total alugado foram imóveis com valor médio de até R$ 1 mil.

É importante lembrar que 60% dos imóveis foram alugados com a garantia do fiador pessoa física, seguido pelo depósito de três meses do valor do aluguel, com 19,96%, pelo seguro de fiança, com 11,54%, pela caução de imóveis, com 6,29%, pela cessão fiduciária, com 1,17% e pela locação sem garantia, com 0,54%.

Os bairros centrais tiveram 74,17% da preferência dos novos inquilinos, enquanto 16,38% escolheram bairros de periferia e 9,46% bairros nobres. Em relação a inadimplência, a CRECISP registrou 5,26% no atraso de alugueis, percentual 5,49% menor se comparado aos 5,56% obtidos em novembro.

LEIA MAIS: Empréstimos e cartões de loja são os vilões da inadimplência, aponta SPC Brasil

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!