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Dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Banco Central (BC) sinalizam que os juros cobrados pelos bancos no rotativo do cartão de crédito tiveram alta de 2,4 pontos percentuais em dezembro e fez com  o índice chegasse  a 484,6% ao ano. Com o resultado, os juros do cartão de crédito atingiu o patamar mais alto desde a série histórica iniciada em março de 2011 pelo BC.

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Juros do cartão de crédito tem alta em 2016
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Juros do cartão de crédito tem alta em 2016


Em novembro do ano passado o Banco Central apontou que os juros do rotativo do cartão de crédito foi de 482,2% ao ano. Ao longo de 2016 esse índice teve alta expressiva de 53,2 pontos percentuais.

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No caso do cheque especial, os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com pessoas físicas caíram em dezembro, passando de 330,6% ao ano em novembro, para 328,6% ao ano.  Já os juros cobrados pelas operações de crédito pessoal tiveram uma tímida queda ao passar de 29,4% para 29,3% ao ano, na comparação entre os meses de novembro e dezembro.

Consumidor

Na opinião do presidente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roque Pellizzaro, a queda ainda não foi significativa, em especial ao consumidor. “A retração dos juros ao consumidor deve ganhar força apenas quando a inadimplência de fato mostrar recuos mais intensos por conta da melhora da capacidade de pagamento dos consumidores”, disse em nota.

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Dados divulgados pelo Banco Central mostram que a queda na taxa de juros básica – a Selic que atualmente é de 13% ao ano – já tem um efeito nas taxas de juros ao consumidor final. No segmento de pessoas físicas, por exemplo, o recuo médio dos juros entre novembro e dezembro foi de 42,7% ao ano para 41,5% em dezembro, ainda que se mantenha acima dos 37,9% de 2015.

“Os dados de crédito de 2016 mostraram que segue o impacto da crise econômica, que elevou o risco de inadimplência e levou à forte retração de crédito”, analisa Pellizzaro. Em 2016 o total de concessões de crédito bancário recuou 8,2%. “Apesar do recuo na concessão de crédito desde o início da recessão, os indicadores de inadimplência bancária não mostraram melhora correspondente”. A inadimplência total passou de 3,4% do total de operações para 3,7% entre o final de 2015 e de 2016, informou o SPC Brasil.

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