Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita em conjunto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), apontou que os negros passaram a ter rendimentos parecidos aos não negros.
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Os dados referem-se a 2015 com base de comparação 2014 e mesmo que o dado pareça positivo, essa menor diferença salarial ocorreu apenas porque os não negros passaram a receber valores 8% menores, e os negros apenas 2,2%. O levantamento divulgado nesta quinta-feira (18) é feito anualmente, e divulgado para marcar o Dia Nacional da Consciência Negra, que será comemorado no domingo (20).
Por hora, os negros no Brasil receberam em 2015 R$ 9,36. O valor é 67,7% menor que o valor da hora recebido pelos não negros, que foi de R$ 13,88. Em 2014 o percentual era de 63,7% em 2014 e já chegou a equivaler a 54,6% em 2002. A crise econômica vitimou mais os negros, já que para eles a taxa de desemprego passou de 12% para 14,9%, enquanto a dos não negros passou de 10,1% para 12% .
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Mesmo com as diferenças já listadas, os negros ampliaram a sua participação no mercado de trabalho nos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em 2015, atingindo 40% do total de ocupados ante 37,9% em 2014. Já a parcela de desempregados subiu de 42,6% para 46,3%.
Setores
No setor industrial, não houve alteração proporcional de rendimentos. Os negros continuaram ganhando o equivalente a 70% dos não negros. Já em dois outros setores, houve elevação: no comércio passou de de 70,2% para 76,9% e, na construção, passou de 76,7% para 79,9%.
Em relação às chances de contratação, os negros conseguiram menor inserção no segmento de serviços com uma participação de 56,8% na comparação com os não negros, que tiveram 58,8% de participação. O mesmo ocorreu no segmento da indústria com a ocupação de 15,5% ante 16,2% dos não negros e no comércio com 17,2% ante 18,2%. Já na construção, os negros superam com 9,3% sobre 5,6% dos não negros.
A taxa dos que conseguiram empregos formalizados atingiu 63,4% acima do índice dos não negros que ficaram em 62,3%. A desvantagem continua em postos do setor público, onde os negros têm uma participação de 6,6% e os não negros de 9 %. Também existem diferenças nas ocupações de vagas em que os rendimentos costumam ser menores. Nestes postos, os negros estão mais presentes com participação de 8,7% ante os 4,7% dos não negros.
Outro ponto levantado pela pesquisa foi que 40% dos postos ocupados pelos negros, no ano passado, 18,4% eram mulheres e 21,6% homens.
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