As dívidas dos brasileiros em atraso somavam em março R$ 239 milhões, aponta levantamento da Serasa Experian. As contas de água, luz e gás representam 17,9% do total, o maior nível já alcançado por esse tipo de despesa desde o início da pesquisa, em junho de 2014. Um ano antes, em março de 2015, o porcentual era de 15,1%.
A inadimplência também bateu recorde no segmento de serviços: 11,4% em março deste ano. Em igual mês do ano passado, era de 11,2%. "Os mais afetados com a situação econômica atual são aqueles que vivem daquilo que recebem e não fazem nenhum tipo de reserva ou poupança financeira. Ao perderem o emprego, essas pessoas não conseguem honrar os compromissos financeiros e caem na inadimplência", explica o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian.
Para ele, o crescimento da participação de 'utilities' (água, luz e gás) no ranking da inadimplência denota o agravamento da crise, uma vez que os consumidores tendem a manter estes pagamentos em dia para não terem o fornecimento interrompido.
As empresas que mais sofrem com calotes, no entanto, continuam sendo os bancos e as operadoras de cartão de crédito. Em março, os dois segmentos representavam 27,2% das dívidas em atraso, também acima do nível de um ano atrás: 26,9%. O novo patamar, porém, está abaixo do recorde atingido na primeira edição da pesquisa, de 31,6%.
Estudo publicado pela Serasa no início de abril mostrou que o número de inadimplentes no Brasil chegou a 60 milhões de pessoas um recorde desde que a empresa passou a fazer o levantamento, em 2012.