Roger Agnelli era uma das sete pessoas a bordo do monomotor que caiu sobre uma casa em São Paulo na tarde deste sábado (19), em São Paulo. Dono do avião, ele tinha 56 anos, era casado com Andréa e pai Ana Carolina e João, que também estavam na aeronave acompanhados do marido e da mulher. O empresário presidiu entre 2001 e 2011 a Vale, uma das maiores mineradoras do mundo. Nesse período, foi considerado um dos executivos mais poderosos do Brasil. Ele chegou ao comando da empresa por meio de indicação feita pelo Bradesco, que é um dos acionistas da empresa por meio do Bradespar.
Se por um lado Agnelli era conhecido pela eficiência como administrador – aumentou o lucro da Vale de US$ 3 bilhões para US$ 37 bilhões –, por outro pesava sobre ele a fama de ser um profissional de temperamento difícil, uma espécie de 'trator' que não costumava tornar o clima muito fácil para quem o acompanhava. “Quando assumi, a Vale tinha um valor de mercado de US$ 9 bilhões. Hoje, somente em caixa, temos US$ 15 bilhões”, disse o executivo ao se despedir da presidência da mineradora.
Sua saída da Vale foi muito conturbada. Especulou-se na época que teria acontecido por influência de Dilma Rousseff, insatisfeita com as críticas e com os resultados do executivo. O governo tinha peso nas deciões da Vale por ser um acionista relevante – por meio do BNDES e de fundos de pensão.
Em dezembro de 2011, Agnelli anunciou a criação da AGN Participações, uma companhia de investimento especializada nos setores de commodities, inclusive minério de ferro.
Agnelli foi o mais jovem executivo do primeiro time do Bradesco,onde começou a trabalhar em 1981. Aos 38 anos, ele foi nomeado presidente do Bradespar. Era considerado um dos profissionais ungidos por Lázaro Brandão, ex-presidente do banco.
Além de comandar a Vale, Agnelli fez parte do conselho de administração de grandes empresas, como CPFL, Petrobras e CSN.